Durante meu processo de pesquisa sobre a representação feminina no cinema, me deparei com os estudos da crítica de cinema e feminista britânica, Laura Mulvey. Ela faz uma análise do cinema clássico, pensando o olhar predominantemente masculino e suas tradicionais formas de ilustrar a narrativa cinematográfica. Pois, se um filme é produzido a partir do olhar masculino (seja pela direção, foco das câmeras ou pela edição feitas por homens), ele evidentemente também é planejado de maneira que seu público seja majoritariamente masculino (como muitos filmes de ação ou do gênero super-heróis, por exemplo). Além disso, a narrativa também é  representada somente por homens. Sendo assim, é notável a dificuldade de descobrir novas maneiras de observar o mundo.

     Mulvey é uma das estudiosas que propõe uma ruptura com este tipo de olhar limitante. Seu objetivo é enfatizar a construção de outras linguagens e maneiras de mostrar visões dentro do cinema. Pensando nisto, conversei com a jornalista Luísa Pécora sobre as diferenças entre produções feitas por homens e mulheres, bem como a possibilidade de representações femininas mais plurais no cinema. Também falamos sobre o trabalho das mulheres por trás das câmeras e o reconhecimento das diretoras nas premiações.

     Formada em Jornalismo pela Cásper Líbero, Luísa já foi editora do catálogo e do site da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, é uma das fundadoras da organização sem fins lucrativos Quero na Escola, que apoia estudantes da rede pública em todo o Brasil, e ainda integra o Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema, Elviras. Além disso, ela é criadora e editora do site Mulher no Cinema, um site que celebra, reconhece e divulga o trabalho cinematográfico de mulheres. O objetivo é dar voz às mulheres que fazem cinema, bem como colocar o público em contato com o trabalho delas. Vale a pena conferir!

 

 

     Você pode escutar o podcast da nossa entrevista no player abaixo: