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O uso de cenas de estupro no cinema

  • Foto do escritor: Giovana Costa
    Giovana Costa
  • 10 de nov. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 13 de nov. de 2019

[*TW / Trigger Warning: abuso sexual, estupro, violência sexual]

 


Ao analisar o filme "Kill Bill: Volume 1" (2003) de Quentin Tarantino, me impressionei com o percurso narrativo utilizado pelo diretor para expôr a violência sexual que a protagonista sofreu. Dois dos homens responsáveis pelo crime conversam sobre o ocorrido e em outro momento a Noiva se recorda de alguns detalhes, como por exemplo, quando ela se lembra da fala anterior do enfermeiro Buck sobre o estupro. Mas em em nenhum momento a cena do abuso sexual é mostrada.

O uso de cenas de estupro no cinema têm gerado algumas importantes discussões sobre a exploração de mulheres, afinal, infelizmente existem muitos filmes que utilizando a temática, o fazem com enquadramentos bizarros, trilhas sensuais e até mesmo recorrem ao exagero na exposição das cenas violentas. Sendo assim, muitos filmes têm sido criticados por seu posicionamento agressivo, misógino e abusivo em relação ao estupro. Seja glamorizando ou hipersexualizando a violência sexual, muitas vezes o estupro é usado como ferramenta de conflito ou vingança, como maneira de desenvolver a narrativa ou a trajetória de seus personagens.

Dentre os filmes que exemplificam essa questão estão “Doce Vingança” dirigido por Steven Monroe, lançado em 2010 e o longa “Elle” de Paul Verhoeven lançado em 2016. O primeiro mostra a jornada vingativa da escritora Jennifer que aluga uma cabana isolada para escrever sua recente novela. Porém ela é estuprada e torturada por um grupo de homens. Então Jennifer é considerada morta, mas ela retorna para se vingar, capturando os homens e lhes causando muito sofrimento. O segundo, por sua vez, traz a história de Michèle, uma mulher de 50 anos que dirige uma empresa de criação de videogames. Certo dia, sua casa é invadida e ela é estuprada. Porém, a protagonista se aproxima de seu agressor, criando uma certa obsessão por ele. Para algumas pessoas inclusive, o roteiro dá a entender que ela poderia estar apaixonada pelo criminoso. Ambos os filmes estão repletos de cenas extremamente violentas e perversas.

Pensando nesta problemática, conversei com a antropóloga, crítica de cinema e co-criadora do podcast Feito Por Elas Isabel Wittmann, para compreender se é possível retratar o estupro no cinema. Se sim, de quais maneiras?


Confira esta importante reflexão no vídeo abaixo:




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